Mas não é esta perereca aqui não...
De olho nos anfíbios
Projeto colaborativo virtual pretende mapear todas as espécies conhecidas de sapos, rãs, pererecas e salamandras. Qualquer pessoa pode participar. Basta adicionar a foto e a localização de um desses animais em um mapa-múndi.
Por: Sofia Moutinho Publicado em 14/06/2011 | Atualizado em 14/06/2011
O sapo-pulga (‘Brachycephalus didactylus’), o menor anfíbio do mundo, é uma das dez espécies brasileiras raras que o projeto pretende encontrar. (foto: Flickr/ Swamibu – CC BY-NC 2.0)
Os anfíbios vivem em nosso planeta há aproximadamente 400 milhões de anos e sobreviveram às condições extremas que levaram à extinção dos dinossauros. Mas, nos últimos anos, muitas espécies dessa classe começaram a desaparecer rapidamente.
Preocupado com essa situação, o biólogo Scott Loarie, da Universidade de Stanford (Estados Unidos), criou no mês passado o Amphibian Blitz Observation, um projeto que pretende mapear a distribuição das espécies restantes de sapos, rãs, pererecas e salamandras com a ajuda dos internautas de todo o mundo.
“Nós não sabemos exatamente por que os anfíbios estão desaparecendo, provavelmente é uma combinação de doenças espalhadas por humanos, como a quitridiomicose, mudanças climáticas e destruição de seus hábitats naturais”, afirma Loarie.
A iniciativa, que pode ajudar na concepção de novas políticas de preservação, consiste em uma plataforma virtual dentro do portal científico i-Naturalist. Ali, qualquer um, mesmo quem não é especialista, pode adicionar a foto de um anfíbio ao mapa-múndi do projeto, colocando-a no lugar exato onde o animal foi encontrado.
Os participantes não precisam necessariamente saber a quais espécies pertencem os animais de suas fotos, pois 11 biólogos do projeto formam um comitê avaliador que aponta a identificação correta dos anfíbios.
Para proteger os animais de colecionadores e contrabandistas, a localização exata das espécies mais raras não aparece no mapa. Os internautas que contribuem para o projeto também podem, por segurança, optar por ocultar totalmente o local onde viu o animal.
Loarie conta que a ideia do Amphibian Blitz Observation surgiu ao observar que muitas pessoas postavam fotos de animais em páginas da internet como o Flickr.
“Eu me peguei pensando em como seria possível acelerar a coleta de informações necessárias para estimar a biodiversidade dos anfíbios e percebi que um bom modo seria unir o grande fluxo de fotos compartilhadas na internet a uma ferramenta que possibilitasse a validação científica desses dados,” conta.
“Nosso objetivo mais ambicioso é observar todas as espécies, mas se conseguirmos chegar a 25% delas já será uma grande conquista”, estima Loarie.
Por enquanto, há apenas uma contribuição do Brasil ao projeto, a perereca Bokermannohyla nanuzae, encontrada em Belo Horizonte. Mas o biólogo espera que os internautas brasileiros possam contribuir com observações de animais ameaçados que só são encontrados aqui, como o raro grupo de sapos do gênero Brachycephalus, que vivem na Mata Atlântica.
“Há muitas espécies, principalmente na região de São Paulo e Rio de Janeiro, que adoraríamos ver”, diz Loarie.
Agora, mais do que nunca, é hora de os brasileiros aderirem ao projeto. Uma pesquisa conduzida pelo biólogo brasileiro Fernando Rodrigues da Silva, da Universidade Estadual Paulista, e publicada na Science aponta que se o novo Código Florestal for aprovado, a população de anfíbios correrá um risco ainda maior. Isso porque mesmo a destruição de pequenos fragmentos de floresta, com até 70 hectares, já abala a diversidade desses animais.
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
Preocupado com essa situação, o biólogo Scott Loarie, da Universidade de Stanford (Estados Unidos), criou no mês passado o Amphibian Blitz Observation, um projeto que pretende mapear a distribuição das espécies restantes de sapos, rãs, pererecas e salamandras com a ajuda dos internautas de todo o mundo.
“Nós não sabemos exatamente por que os anfíbios estão desaparecendo, provavelmente é uma combinação de doenças espalhadas por humanos, como a quitridiomicose, mudanças climáticas e destruição de seus hábitats naturais”, afirma Loarie.
A iniciativa, que pode ajudar na concepção de novas políticas de preservação, consiste em uma plataforma virtual dentro do portal científico i-Naturalist. Ali, qualquer um, mesmo quem não é especialista, pode adicionar a foto de um anfíbio ao mapa-múndi do projeto, colocando-a no lugar exato onde o animal foi encontrado.
Os participantes não precisam necessariamente saber a quais espécies pertencem os animais de suas fotos, pois 11 biólogos do projeto formam um comitê avaliador que aponta a identificação correta dos anfíbios.
Para proteger os animais de colecionadores e contrabandistas, a localização exata das espécies mais raras não aparece no mapa. Os internautas que contribuem para o projeto também podem, por segurança, optar por ocultar totalmente o local onde viu o animal.
Loarie conta que a ideia do Amphibian Blitz Observation surgiu ao observar que muitas pessoas postavam fotos de animais em páginas da internet como o Flickr.
“Eu me peguei pensando em como seria possível acelerar a coleta de informações necessárias para estimar a biodiversidade dos anfíbios e percebi que um bom modo seria unir o grande fluxo de fotos compartilhadas na internet a uma ferramenta que possibilitasse a validação científica desses dados,” conta.
Contagem progressiva
A meta do Amphibian Blitz Observation é mapear as 6.815 espécies de anfíbios catalogadas até hoje e quem sabe até encontrar outras nunca antes descritas. Pouco mais de 300 espécies já foram fotografadas por entusiastas da biologia de todos os continentes.“Nosso objetivo mais ambicioso é observar todas as espécies, mas se conseguirmos chegar a 25% delas já será uma grande conquista”, estima Loarie.
Por enquanto, há apenas uma contribuição do Brasil ao projeto, a perereca Bokermannohyla nanuzae, encontrada em Belo Horizonte. Mas o biólogo espera que os internautas brasileiros possam contribuir com observações de animais ameaçados que só são encontrados aqui, como o raro grupo de sapos do gênero Brachycephalus, que vivem na Mata Atlântica.
“Há muitas espécies, principalmente na região de São Paulo e Rio de Janeiro, que adoraríamos ver”, diz Loarie.
Agora, mais do que nunca, é hora de os brasileiros aderirem ao projeto. Uma pesquisa conduzida pelo biólogo brasileiro Fernando Rodrigues da Silva, da Universidade Estadual Paulista, e publicada na Science aponta que se o novo Código Florestal for aprovado, a população de anfíbios correrá um risco ainda maior. Isso porque mesmo a destruição de pequenos fragmentos de floresta, com até 70 hectares, já abala a diversidade desses animais.
Confira galeria de imagens com alguns dos anfíbios identificados no projeto
Sofia MoutinhoCiência Hoje On-line
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