sábado, 1 de dezembro de 2018

O porvir do antes, e o antes do porvir


O porvir do antes, e o antes do porvir
Comemos bem, quando ao final ainda temos fome!

Duas coisas nos tornam humanos, a certeza da finitude e a esperança no porvir.
A busca por uma infinitude, provavelmente inalcançável, acaba por destruir ambas.
Destrói a certeza da finitude na própria busca, fruto de seu próprio objetivo, e destrói a esperança no porvir que se torna inútil em resultado e consequência da infinitude, ou simplesmente de seu desejo e/ou busca.
Por outro lado, se não se busca a infinitude, aceita-se, de alguma forma, a finitude, e, uma vez que ela nos humaniza, se a deseja. Desejar a finitude é, de alguma forma, desejar a morte. O desejo da própria morte é o que, finalmente, nos humaniza, sendo sua força motriz.
Desejar a morte não é sinônimo de buscá-la ou antecipá-la. Desejar a morte é compreendê-la como o desfecho da finitude que nos humaniza antecipadamente por simplesmente se a avistar. Embora a finitude seja irrevogável, a sua compreensão não o é. E se não a compreendemos, não a aceitamos, não a temos no horizonte, então é como se fosse possível revogá-la, e, por conseguinte nos desumanizar. Assim, embora a finitude seja essencial para nossa humanização, não é suficiente. É necessário, ainda, sua certeza e aceitação.
Ademais, na busca da infinitude, nego o porvir, não porque ele não venha a ser, mas porque em nossa ambicionada infinitude, o desprezamos, o negamos como necessário para nós mesmos e para nossa humanização. Porque se posso ser infinito, não há porque o novo início. E se não há, agora ou adiante, o porquê de um novo início, nos perguntaríamos porque antes haveria de o haver, e isto nos faria refletir sobre a necessidade de gratidão, porque somos o porvir do antes, e o antes do porvir. Ser humano deveria ser, também, fruto da gratidão.
A busca incessante de prolongar a vida é, em algum momento, uma busca pela infinitude a depender de como se relacionam os fenômenos presentes. Se buscamos prolongar a vida sem se dar conta da razão, de uma forma vazia de sentido, então configuramos uma espécie de consumismo. E se nos apegamos como fazemos em relação ao consumo de bens, se transformamos unidades temporais de existência em produtos a serem consumidos, na vã esperança de saciarmos desejos, transformamos a vida em produto. A vida como um produto passa a ser entendida como algo a se consumir e neste consumo nos saciarmos. E, como toda e qualquer tentativa de saciar desejos, fadada ao fracasso. Desejos não são saciáveis.
Na vida, frequentemente procuramos fartarmo-nos das coisas, de tudo. De bens, de comidas, de relações, de entendimentos e até de tempo de vida. No entanto, vivemos bem, quando ao final ainda temos vontade de viver, o que não é sinônimo de apegar-se a ela de forma irrestrita. Aqui há um paradoxo, o que nos humaniza é o desejo da morte, mas sem que tenhamos nos fartado da vida.

domingo, 19 de janeiro de 2014

De quem é este linfócito T ?

Rejeição de receptor? como assim?
Quando pensamos em transplante de órgãos ou tecidos, uma das preocupações que temos é a de que o receptor desenvolva resposta imunológica contra o transplante. E uma das medidas é causar imunossupressão no receptor. Isto realmente é necessário, mas não é tudo.
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Vamos detalhar um pouco mais o processo de rejeição de transpante.
A rejeição a um órgão de outra pessoa (aloenxerto) resulta de uma série complexa de interações envolvendo tanto a resposta inata quanto a resposta adaptativa do sistema imunitário, com os linfócitos T assumindo papel central.
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A habilidade dos linfócitos T do receptor em reconhecer antígenos derivados do doador (alorreconhecimento) inicia a rejeição alógrafa. Uma vez que tenham sido ativados, os linfócitos T do receptor realizam expansão clonal e se diferenciam em linfócitos efetores, e migram para o enxerto promovendo a sua destruição.
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Há ainda os aloanticorpos produzidos pelos linfócitos B com ajuda dos linfócitos T CD4.
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A rejeição alógrafa ocorre por alorreconhecimento direto e indireto. No primeiro (direto),antígenos ligados às moléculas de MHC II das células apresentadoras de antígeno (células dendríticas) do enxerto INTERAGEM com linfócitos T do receptor (Teoria do leucócito passageiro). Por outro lado, no alorreconhecimento indireto, os antígenos são apresentados por células dendríticas do próprio hospedeiro.
A intensidade de resposta é bem maior no alorreconhecimento direto, mas a medida que o tempo passa, com a depleção das células dendríticas do enxerto, o alorreconhecimento indireto é mais provável de ocorrer.
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A estimulação dos linfócitos T é portanto central para a rejeição de enxerto, especialmente na rejeição aguda. Os linfócitos T requerem dois sinais para tornarem-se otimamente ativadas e realizar funções efetoras: (1) liberação de sinais após a ligação dos complexos MHC-antígeno com o receptor do linfócito T, e (2) liberação de sinais inespecíficos por meio de moléculas co-estimuladoras (ou acessórias).
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Pelo descrito até agora, a rejeição está relacionada diretamente aos linfócitos T do receptor atacando as células do enxerto (doador) que é percebido como não-próprio pelo seu sistema imunitário (do receptor). CONTUDO, em publicação do dia 17 de janeiro de 2014, no periódico Modern Pathology, LIAN et al. argumentam que este processo deve ser repensado, pois ficou patente, ao menos nos transplantes de face (tema do estudo), que os linfócitos do enxerto (doadores) têm papel significativo no processo de alorrejeição. Este fato poderá se configurar em mudança de paradigma no entendimento das rejeições de órgãos e tecidos.

FONTES:
http://www.sciencedaily.com/releases/2014/01/140117104027.htm
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2778785/#!po=62.5000


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Avaliação Conceitual sobre Osmose e Difusão


Instrumento de avaliação traduzido a partir do artigo 
Fisher, Williams & Lineback, 2011
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3228659/

Avaliação Conceitual sobre Osmose e Difusão

1. Todas as membranas celulares são
a. permeáveis.
b. semipermeáveis.

2. A razão de minha resposta anterior é porque as membranas celulares
a. permitem que apenas substâncias benéficas entre nas células.
b. permitem livre movimento de material para dentro ou para fora das células.
c. permitem que algumas substâncias a atravessem, mas não permitem que outras o façam.
d. permitem que algumas substâncias entre nas células, mas impedem a saída de todas as substâncias.

3. Durante o processo de difusão, partículas gerarão movimento a partir de
a. alta para baixa concentração.
b. baixa para alta concentração.

4. A razão de minha resposta anterior é porque
a. há chance maior das partículas repelirem umas às outras
b. partículas de uma área cheia querem se mover para a área com mais espaço.
c. movimento aleatório das partículas em suspensão resulta em distribuição uniforme.
d. partículas tendem a se movimentar até se distribuírem uniformemente, então elas param de se mover.

5. Se uma pequena quantidade de sal (1 colher de sopa) é adicionada a um grande volume de água (4 litros) e mantida por vários dias sem ter sido agitado, as moléculas de sal irão
a. se distribuir uniformemente por todo o frasco.
b. está mais concentradas no fundo do frasco.

6. A razão de minha resposta anterior é porque
a. haverá mais tempo para tudo se arranjar.
b. o sal é mais pesado do que a água e irá afundar.
c. o sal irá se dissolver muito pouco ou não se dissolverá na água.
d. haverá movimento de partículas da área com maior concentração para a de menor concentração.

7.  Na Figura 1, duas colunas de água estão separadas por uma membrana semipermeável através da qual apenas água pode passar. O Lado 1 contem um corante alaranjado e água; o Lado 2 contém água pura. Após duas horas, o nível de água do lado 1 será...
a. mais alto do que o Lado 2.
b. mais baixo do que o Lado 2.
c. da mesma altura que o Lado 2.

8. A razão de minha resposta anterior é porque
a. a concentração de moléculas de água é menor do Lado 1.
b. água irá fluir livremente e manter igual nível em ambos os lados.
c. água se move da mais baixa para a mais alta concentração de água.
d. água irá se mover da mais alta para a mais baixa concentração de soluto.

9. Imagine dois frascos (beakers) grandes com igual volume de água limpa sob duas temperaturas diferentes (veja a Figura 2). Em seguida, uma gota de corante verde é adicionada a cada frasco de água. Eventualmente, as águas tornar-se-ão verdes claras. Em qual frasco a água vai tornar-se homogeneamente colorida primeiro?
a. Beaker 1
b. Beaker 2

10. A razão de minha resposta anterior é porque
a. o corante se move mais rápido.
b. o corante se quebra mais rapidamente.
c. é mais fácil as moléculas se moverem lentamente.
d. a temperatura muda o tamanho das moléculas de corante.

11. Uma solução aquosa é colocada do lado esquerdo de um frasco que está dividido por uma membrana semipermeável (Figura 3). Água pura está do lado direito. Com o passar do tempo, o lado direito tornar-se-á gradualmente azul, enquanto a cor do lado esquerdo torna-se mais clara. Isto sugere que
a. o nível do líquido diminuirá do Lado 1 e aumentará no Lado 2.
b. o nível do líquido aumentará do Lado 1 e diminuirá do Lado 2.
c. os níveis dos líquidos em ambos os lados permanecerá o mesmo.


12. A razão de minha resposta anterior é porque
a. água e corante podem atravessar a membrana.
b. o corante pode atravessar a membrana, mas se move mais lentamente do que a água.
c. o corante move-se para o Lado 2 e aumenta o nível do líquido.
d. a pressão atmosférica produzirá sempre iguais níveis de água.

13. Quando uma hemácia humana é colocada em água fresca pura, a célula irá
a. murchar.
b. inchar e estourar.
c. permanecer inalterada.

14. A razão de minha resposta anterior é porque
a. a célula perde estabilidade fora do corpo humano.
b. uma célula tem homeostase e manterá a si própria.
c. moléculas de água movem-se do local de mais alta concentração de água para a de menor concentração.
d. moléculas de água movem-se do local de maior concentração de partículas dissolvidas para o de menor concentração.

15. Imagine que você adicionou  uma gota de corante azul em um frasco de água limpa e após várias horas o fluido torna-se homogeneamente azul claro. Ao mesmo tempo as moléculas do corante
a. param de se mover.
b. continuam a se mover aleatoriamente.

16. A razão de minha resposta anterior é porque
a. moléculas movem até que ela estejam homogeneamente distribuídas, e então param.
b. se as moléculas do corante parassem, elas se depositariam no fundo do frasco.
c. quando moléculas estão homogeneamente distribuídas, elas ainda continuam a se mover.
d. este é um sistema liquido. Se fosse um sistema sólido, as moléculas poderiam parar de se mover.

17. A Figura 4 descreve um caso em que duas soluções aquosas foram colocadas em dois frascos (beakers) idênticos. O volume da solução em cada frasco é o mesmo. Como você entende, o Beaker 1 contém
a. mais água do que o Beaker 2.
b. menos água do que o Beaker 2.
c. a mesma quantidade de água que o Beaker 2.

18. A razão de minha resposta anterior é porque
a. os líquidos estão na mesma altura nos beakers.
b. água no Beaker 1 contém mais partículas dissolvidas.
c. água no Beaker 1 contém menos partículas dissolvidas.







terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tipos de adipócitos

Existem diferentes tipos de adipócitos que podem, no entanto, serem classificados em três tipos principais baseado (ao menos em parte) na cor do tecido adiposo: branco, marrom e bege.

A função geral dos adipócitos brancos é estocar energia, enquanto a função dos adipócito marrons é dissipar energia em processo produtor de calor (termogênese).
A função  e origem de adipócitos beges é menos conhecida e ainda sob estudo, mas acredita-se ter origem a partir de adipócitos brancos por transdiferenciação, e apresentarem propriedades de adipócitos marrons, inclusive dissipar energia, e podem servir em processos terapêuticos anti-obesidade.

Fonte:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3507952/pdf/pbio.1001436.pdf

Stephens, JM. The fat controller: adipocyte development. PLOS Biology. 10 (11): novembro, 2012.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fígado - iecur ficatum


Fígado (Sírio Possenti)

Meu exemplo preferido de história das palavras é ‘fígado’. É que essa palavra exibe simultaneamente dois fenômenos históricos fundamentais. Em muitos lugares, lê-se apenas que ‘fígado’ veio do latim ‘ficatum’. Em lugares um pouco salubres, se explica que houve um processo altamente geral de sonorização de consoantes surdas em posição intervocálica e que se vê aplicado nessa palavra (c > g, t > d). A consoante inicial (f) permaneceu surda porque não está entre vogais.
Mas o mais interessante, talvez, é que ‘ficatum’ não tinha nada a ver com esse órgão dos animais. ‘Ficatum’ tinha a ver com figos, era algo afetado, mudado, marcado pelo figo. O órgão se chamava ‘iecur’, em latim. ‘iecur ficatum’ era o fígado que resultava da alimentação (superalimentação, na verdade) de animais com figos (assim como ‘drogado’ é o que está em certo estado porque consome drogas – ou o que é viciado nelas).
Mais especificamente, tratava-se dos gansos, que produziam o fígado gordo, o ainda famosofois gras. O que aconteceu? Uma belíssima metonímia: o órgão passou a ter o nome que tinham alguns de seus exemplares (nem todos os fígados eram ‘figados’) quando seus donos comiam muito figo.
Etimologia de 'fígado'
Em sua origem, a palavra 'fígado' nada tinha a ver com o órgão dos animais. 'Ficatum' estava relacionada a figos. O órgão se chamava 'iecur' e 'iecur ficatum' significava 'fígado de ave engordada com figos'. Ou seja, o órgão passou a ter o nome que tinham alguns de seus exemplares. (imagens: Wikimedia Commons)
Mas não se pense que o povo chama o fígado de ‘figo’ (‘estou com dor no figo’) porque mantém essa memória. Aqui, o processo é outro, o da redução, muitas vezes atestada, de proparoxítonas em paroxítonas; ou seja, trata-se do mesmo fenômeno que transforma ‘xícara’ e ‘abóbora’ em ‘xicra’ e ‘abobra’, no português popular. 

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Agora em Cordel: A Privataria Tucana


A Privataria Tucana em cordel


Silvio Prado

Caiu a casa tucana
Do jeito que deveria
E agora nem resta pó
Pois tudo na luz do dia
Está tão claro e exposto
E o que ninguém sabia
Surge revelado em livro
Sobre a tal privataria.

Amauri Ribeiro Junior
Um jornalista mineiro
Em mais de 300 páginas
Apresenta ao mundo inteiro
A nobre arte tucana
De assaltar o brasileiro
Pondo o Brasil à venda
Ao capital estrangeiro.


Expondo a crua verdade
Do Brasil privatizado
O livro do jornalista
Não deixa ninguém de lado
Acusa Fernando Henrique
Gregório Marin Preciado
Serra e suas mutretas
E o assalto ao Banestado.

Revelando em detalhes
Uma quadrilha em ação
O relato jornalístico
Destrói logo a ficção
De que político tucano
É homem de correção
Mostrando que entre eles
O que não falta é ladrão.

Doleiros e arapongas
Telefone grampeado
Maracutaias financeiras
Lavagem por todo lado
Dinheiro que entra e sai
Além de sigilo quebrado
Obra de gente tucana
Na privatização do Estado.

Parece mas não é
Ficção esse relato
Envolvendo tanta gente
E homens de fino trato
Que pra roubar precisaram
Montar um belo aparato
Tomando pra si o Estado
Mas hoje negam o fato.

Tudo isso e muito mais
Coisas de uma gente fina
Traficantes de influência
E senhores da propina
Mostrando como se rouba
Ao pivete da esquina
E a cada negócio escuso
Ganhando de novo na quina.

Se tudo isso não der
Pra tanta gente cadeia
Começando por Zé Serra
Cuja conta anda cheia
O Brasil fica inviável
A coisa fica mais feia
Pois não havendo justiça
O povo se desnorteia

Com CPI já pensada
Na câmara dos deputados
Não se fala outra coisa
No imponente senado
Onde senhores astutos
E tão bem engravatados
Sabem que o bicho pega
Se tudo for investigado.

Por isso, temos tucanos
Numa total caganeira
No vaso se contorcendo
Às vezes a tarde inteira
Mesmo com a velha mídia
Sua indiscreta parceira
Pelo silêncio encobrindo
Outra grande roubalheira.

São eles amigos da Veja
Da Folha e do Estadão,
Da Globo e da imprensa
Que distorce a informação
Blindando tantas figuras
Que tem perfil de ladrão
Mostrando-os respeitáveis
Como gente e cidadão.

Pois essa mídia vendida
Deles eterna parceira
E que se diz democrática
Mas adora bandalheira
Ainda não achou palavras
E silenciosa anda inteira
Como se fosse possível
Ignorar tanta sujeira.

Ela que tanto defende
A liberdade de imprensa
Mas somente liberdade
Pra dizer o que compensa
Não ferindo interesses
Tendo como recompensa
Um poder exacerbado
Que faz toda a diferença.

Mas neste livro a figura
Praticamente central
Sujeito rei das mutretas
Um defensor da moral
É o impoluto Zé Serra
Personagem que afinal
Agora aparece despido
Completamente venal.

É o próprio aparece
Sem retoque nem pintura
Tramando nos bastidores
Roubando na cara dura.
É o Zé Serra que a mídia
Esconde e bota censura
Para que o povo não veja
A sua trágica feiúra.

E ele sabe e faz tudo
No reino da malandragem
Organiza vazamentos
Monta esquema de lavagem
Ensina a filha e o cunhado
As artes da trambicagem
E como bandido completo
Tenta preservar a imagem.

Mas agora finalmente
Com a casa já no chão
E exposta em detalhes
Tão imensa podridão
Que nosso país invadiu
Com a privatização
Espera-se que Zé Serra
Vá direto pra prisão.

E pra não ficar sozinho
Que ele vá acompanhado
Do Fernando ex-presidente
Mais o genro dedicado
Marido da filha Mônica
E outro homem devotado
Ricardo Sergio Oliveira
E também o Preciado.

Completando o esquema
Deixando lotada a prisão
Ainda cabe o Aécio
Jereissati e algum irmão
Nunca esquecendo o Dantas
Que só rouba de bilhão
E traz guardado no bolso
O tal Gilmar canastrão.

Como estamos em época
De Comissão da Verdade
Que se investigue a fundo
E não se tenha piedade
Dos que usaram o Estado
Visando a finalidade
De praticar tanto crime
E ficar na impunidade.

Tanto roubo descarado
Provado em documento
Não pode ser esquecido
E ficar sem julgamento
Pois lesou essa nação
Provocando sofrimento
A quem sofre e trabalha
Por tão pouco vencimento.

Que o livro do Amauri
Maior presente do ano
Seja lido e comentado
Sem reservas nem engano
Arrebentando o esquema
Desse grupo tão insano
Abrindo cela e cadeia.
Pra todo bandido tucano.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Os alvéolos são formados constantemente, i.e., os pulmões não estão completamente formado aos tres anos de idade

http://www.sciencedaily.com/releases/2011/12/111206082602.htm


Study Fundamentally Alters Our Understanding of Lung Growth


The researchers, led by a team at the University of Leicester, put forward a theory for the first time based on research evidence that new air sacs, called alveoli, are constantly being formed. This contradicts information in most medical textbooks that explain that the tiny air sacs begin to develop before birth (around the 6th month of pregnancy) and continue to increase in number until the age of about 3 years.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

FEBRE AMARELA - A CRIAÇÃO DE UMA EPIDEMIA


A cobertura da febre amarela pela Folha

Por Evanildo da Silveira
Lembra da campanha da Folha, Eliane Cantanhêde, "a favor" de uma epidemia de febre amarela em 2007 e 2008? Quer a Folha insistia que haveria uma epidemia da doença. Agora, uma pesquisadora da USP desmacara aquele absurdo:
Pesquisadora da USP desconstrói discurso epidêmico
 da cobertura jornalística sobre febre amarela
  Analisar o discurso veiculado pelo jornal Folha de S. Paulo durante a epizootia de febre amarela silvestre, que atingiu também seres humanos, foi o objetivo da dissertação de mestrado Epidemia midiática: um estudo sobre a construção de sentidos na cobertura da Folha de S.Paulo sobre a febre amarela, no verão 2007- 2008” , defendida pela jornalista e pesquisadora Cláudia Malinverni, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
Foram analisadas 118 matérias veiculadas pelo jornal, entre 21 de dezembro de 2007 e 29 de fevereiro de 2008, recorte temporal que permitiu localizar a notícia que deu início ao fenômeno de agendamento midiático, a evolução do grau de noticiabilidade do tema e o seu desgaste como pauta de relevância. Para apoio à análise, foram selecionados 40 documentos institucionais sobre a doença, emitidos pela Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no mesmo período.
Os achados indicam que as estratégias discursivas da cobertura jornalística relativizaram o discurso da autoridade de saúde pública; enfatizaram o “aumento progressivo” do número de casos; colocaram a vacinação como o limite entre a vida e a morte, omitindo riscos do uso indiscriminado da vacina antiamarílica; e propagaram a tese de uma iminente epidemia de febre amarela de grandes proporções. Essas estratégias deram novos sentidos à doença, deslocando o evento de sua forma silvestre, espacialmente restrita e de gravidade limitada, para a urbana, de caráter epidêmico e potencialmente mais grave.
Secundariamente, a análise permitiu identificar os riscos a que a população foi exposta em função dos sentidos produzidos pelo discurso midiático, com a ocorrência de óbitos diretamente relacionados ao noticiário veiculado pela imprensa, de modo geral, e seus impactos sobre o sistema público de saúde brasileiro. Como resultado da “epidemia midiática”, houve uma explosão da demanda pela vacina, que obrigou o Ministério da Saúde a distribuir, entre dezembro de 2007 e 22/02/2008, 13,6 milhões de doses da vacina antiamarílica, mais de 10 milhões de doses acima da distribuição média de rotina, para o período. Em menos de dois meses, mais de 7,6 milhões de doses foram aplicadas na população, 6,8 milhões só em janeiro de 2008, ápice do agendamento midiático. Em razão do aumento exponencial do consumo de vacina, o Brasil, um dos três fabricantes mundiais do antiamarílico, suspendeu a exportação do imunobiológico e pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) mais 4 milhões de doses do estoque de emergência global.
Além disso, a omissão da cobertura jornalística quanto aos riscos inerentes ao uso indiscriminado da vacina expôs a população brasileira a riscos letais. Em 2008, a vigilância de eventos adversos pós-vacinal do Ministério da Saúde registrou 8 casos de reação grave à vacina, dos quais 6 foram a óbito, 2 deles por doença viscerotrópica (DV), a forma mais rara e grave de reação ao vírus vacinal. Ressalte-se que, no Brasil, em nove anos (1999-2007) foram registrados 8 casos de DV, com 7 óbitos.
As matérias produzidas pelo jornal deram intensa visibilidade (saliência) às informações que visavam relativizar a instância discursiva oficial, que, por sua vez, não conseguiu impor-se ao fluxo discursivo midiático. Os sentidos produzidos pela cobertura jornalística tiraram de perspectiva as complexidades dos processos do adoecimento humano e os limites do conhecimento no tratamento das doenças. Nesta luta simbólica, perdeu o sistema público de saúde, mas, sobretudo, perdeu a população brasileira: mortes ocorreram.

Mais informações com a pesquisadora Claudia, pelo e-mail: Claudia.malinverni@usp.br 

Stinky frogs are a treasure trove of antibiotic substances

Stinky frogs are a treasure trove of antibiotic substances

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Some tumors contain factors that may block metastasis

Some tumors contain factors that may block metastasis

E na Faculdade Leão Sampaio...

No Blog Filhotes de Fauchard, Lorem relata um diálogo entre seus colegas:

Gil- Karuê e Socorro conversando sobre catapora:
- Socorro, por que não se pega catapora duas vezes?
- Por que as células de defesa guardam na memória os anticorpos para a doença.
- E se as células tiverem Alzheimer?

Sem comentários ¬¬


Mas analisando bem o diálogo.
A questão levantada é muito boa!
"E se as células tiverem Alzheimer?"

e é isso mesmo... a memória falhando, falha a imunização. Daí pode ser necessário (e possível) lembrar as células (o organismo) realizando uma vacinação de reforço (existem diversos esquemas de vacinação), ou falhas na vacinação (ler sobre pacientes com malária, nos quais a vacinação com certa frequencia falha).
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Debater... liberar as idéias.... fazer tempestade cerebral... ótima forma de aprender, e ás vezes de descobrir o novo.
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Células imunes que nos defende do sistema imune - é o "It's self, stupid!"

Immune system has protective memory cells, researchers discover


Descobertas, relatados na edição de 27 de novembro (2011) na Nature, podem permitir novas estratégias para o combate de doenças autoimunes bem como prevenir rejeições de transplantes.
As células identificadas neste estudo circulam no sangue e são contrapartes da células de memórias que se formam quando somos expostos à antígenos (infecção ou vacinação).
Abul Abbas, Michael Rosenblum e Iris Gratz usaram um modelo animal (camundongo) de doença autoimune para descobrir um papel dos linfócitos T reguladores (Treg) na memória do sistema imune.
Eles descobriram que o corpo se defende dos ataques autoimunes por ativar protetivamente uma pequena fração de linfócitos T reguladores.
Este é um conceito novo - a de que os tecidos têm memória!, disse Abbas. "Exposições subsequente da mesma proteína que gera autoimunidade naquele tecido pode levar a doença inflamatória menos severa."
Doenças autoimunes são atribuídas a defeito de funcionamento de células imunitárias conhecidas como linfócitos, inclusive as produtoras de anticorpos, que normalmente atacam proteínas não-próprias.
Nas doenças autoimunes, linfócitos pode ser direcionados contra proteínas próprias. Na esclerose múltipla, por exemplo, os linfócitos produzem anticorpos contra a mielina que envolve os axônios. No lupus, anticorpos atacam DNA.
Mas em muitos casos, as doenças autoimunes podem envolver resposta anormal de linfócitos T reguladores (Tregs). "Assim, ao invés de uma resposta imune que ataca, esta é uma resposta imune que suprime o ataque", diz Rosenblum. Os dois tipos de células existem em equilíbrio, e este equilíbrio pode ser rompido nas doenças autoimune.
Clínicos já observaram que uma doença autoimune que ataca um único órgão, pode sofrer uma amenização ao longo do tempo. Além disso, injeções repetidas, com doses gradualmente elevadas de um alérgeno, pode amenizar a severidade de doenças alérgicas.
Os pesquisadores desenvolveram um camundongo em que podiam controlar a expressão de uma proteína - ovalbumina - na pele, ou seja, os pesquisadores poderiam fazê-la ser expressadas (ligadas) ou não (desligadas). Os camundongos foram estimulados a produzi-la em abundância o que provocaria uma resposta autoimune. Mas...
... a presença da proteína também estimulou a ativação de linfócitos T reguladores (Treg). Os Tregs ativados proliferaram e se transformaram em formas mais potentes que suprimiam a autoimunidade.
Quando os pesquisadores inibiram e novamente estimularam em abundância a produção de ovalbumina nos camundongos uma resposta autoimune mais fraca foi o que ocorreu, devido à presença de Tregs ativados. Estas células estão em estudo no tratamenteo de rejeição de órgãos transplantados.
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Este texto pode ser lido levando em consideração matéria publicada na REVISTA CIENCIA HOJE.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Key to aging? Key molecular switch for telomere extension by telomerase identified

Key to aging? Key molecular switch for telomere extension by telomerase identified

H2S, uma possibilidade na luta contra resistência a antibióticos

Na Science Daily, notícia sobre o papel de H2S na resistência à atividade antimicrobiana de antibióticos.

O informativo relata que:
- muitos antibióticos atuam gerando radicais livres;
- um papel contra estresse oxidativo foi demonstrado para o H2S;
- H2S é produzido por diversos microrganismos;
- a supressão de enzimas que permitem a formação endógena de H2S tornam os microrganismos sensíveis aos antibióticos testados.


Vamos acompanhar o desenrolar desta linha de pesquisa.

Leia também postagem anterior
http://professorflaviofurtadodefarias.blogspot.com/2011/11/bacterias-em-biofilmes-sao-muito-mais.html#more

terça-feira, 22 de novembro de 2011

sobre tratamento endodontico


As técnicas endodônticas evoluíram muito nos últimos cem anos. Estes avanços científicos possíveis graças a maior compreensão da anatomia e histologia dos sistemas de canais radiculares, com a compreensão de sua complexidade, e da etiopatogenia das afecções pulpares e periapicais, envolvendo aspectos da microbiologia, imunologia e reparo. Estes conhecimentos suportaram as alterações na abordagem terapêutica endodôntica. Contudo, pode-se verificar que, considerando as etapas duas etapas envolvidas no processo – limpeza e obturação – a primeira foi ditada pela segunda. Ou seja, desde a forma de conveniência imprimida à cavidade de acesso aos canais radiculares, passando pelo preparo dos terços cervical e médio, com modelagens que permitissem o acesso, o foco centralizou-se em garantir um vedamento adequado do sistema de canais radiculares, adaptando estes procedimentos a este objetivo final. Mas, o contrário também poderia ter sido realizado, isto é, desenvolver uma obturação que se adaptar-se a um sistema de canais radiculares limpo e desinfetado mas o menos formatado possível, mantendo a anatomia o mais próximo do original. A partir da década de 1990, com os trabalhos originiais de Lussi e colaboradores, desenvolveu-se uma abordagem sem instrumentalização dos condutos radiculares. Esta abordagem baseou-se no estabelecimento de irrigação intracanal acompanhado de alterações sucessivas e cíclicas da pressão do líquido irrigante no interior do canal. Mais detalhadamente, estabeleceu-se a formação de vácuo (pressão reduzida) no interior do canal seguida de aumento súbito na pressão do líquido irrigante. Esta sequencia repetida diversas vezes com um irrigante a base de hipoclorito de sódio permitiu a remoção do conteúdo dos sistemas de canais radiculares e a sua desinfecção, sem a necessidade de qualquer modelagem dos condutos radiculares. Não havendo assim a necessidade de utilização de instrumentos tais como limas endodônticas, manuais ou automatizadas. A etapa de obturação (vedamento) dos condutos radiculares ocorreu por estabelecimento de vácuo e liberação de material obturador, na forma de cimento, e condensação do material. As pesquisas revelaram que o nível de limpeza alcançado foi similar ou melhor do que o obtido pelas técnicas convencionais, bem como a obturação dos condutos ocorreu em nível foraminal, sem extravasamento. Durante o processo, não ocorreu extravasamento foraminal do líquido irrigante. A limpeza e desinfecção foi possível pela ação química do irrigante hipoclorito de sódio, que tem sua ação dependente de tempo de contato e nível de contato com o material a ser removido, pela ação degermante do hipoclorito de sódio, e por ação mecânica do fluxo do irrigante, além da geração de fenômeno de cavitação. O fenômeno de cavitação ocorre devido às mudanças súbitas de pressões no interior do líquido irrigante, causando a formação de bolhas e sua implosão no interior do conduto, com liberação de energia. Este processo promove ação mecânica e antimicrobiana. Por esta abordagem, várias etapas tradicionais tornam-se desnecessárias, tais como preparo de cavidade de acesso não conservadora, remoção de dentina na entradas de canais radiculares ou em qualquer porção desde o assoalho até o forame apical, seleção e teste de cones de obturação, reduzindo substancialmente o tempo necessário para o tratamento e a exposição do paciente à radiação.
Finalmente, no Brasil, o ano era 1997 e iniciei o curso de aperfeiçoamento em endodontia pela UFMG, ao mesmo tempo em que cursava mestrado em Microbiologia no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Percebi pela primeira vez que os tratamentos endodônticos não eram nada conservadores em termos de tecidos dentários, e comecei a questionar este aspecto. A estratégia que escolhi foi buscar na literatura. Demorou um pouco, pois não conhecia os trabalhos de Lussi e colaboradores a priori. Mas depois de alguns meses de busca, encontrei seus artigos na Journal of Endodontic e na International Endodontical Journal. Na verdade, em um congresso, ainda em 1997, vi pela primeira vez a aplicação de vácuo na drenagem via conduto radicular, mas não avancei na idéia de que esta abordagem pudesse ser a base do tratamento endodôntico – faltava conhecimento básico em endodontia. Porém, ao encontrar os trabalhos supracitados (Lussi et al.) tive certeza de que a minha percepção de que os tratamentos convencionais eram demasiadamente agressivos e tecnicamente desnecessários. Escrevi um projeto baseado na técnica descrita por Lussi et al. e consegui me inserir em um programa de doutorado. Porém, deparei-me com uma impossibilidade técnica de construir o aparelho descrito no artigo científico, a despeito de trabalhar com um grupo da engenharia mecânica. Mas, em um insight, lembrei de uma técnica de incubação de bactérias em anaerobiose, em que se utiliza uma máquina de vácuo (bomba de vácuo) e um conjunto de tambores com misturas gasosas específicas. A parte técnica consiste de sucessivas sequencias de esvaziamento (vácuo) e injeção de gás. Então, transportando para a endodontia, a sequencia seria de esvaziar (vácuo) e preenchimento dos condutos radiculares com o irrigante. A pressão reduzida criada dentro do sistema de canais radiculares exerceria a força de sucção para o líquido irrigante (hipoclorito de sódio). Enfim, consegui desenvolver uma patente, que embora utilize a ideia original de Lussi e colaboradores, inova na lógica da sequencia e do aparelho pela simplicidade.

AQNG (Epithalamin) e KQ (Thymalin) para se manter jovem

Epithalamin e Thymalin são substâncias que podem manter aumentar surpreendentemente a expectativa de vida do ser humano.

LEIA NA CIÊNCIA HOJE.

http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2011/11/mais-perto-do-elixir-da-juventude

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Bactérias em biofilmes são muito mais resistentes a antibióticos. Mas exatamente porquê?

What bacteria don't know can hurt them

A key cause of this resistance is that bacteria become starved for nutrients during infection. Starved bacteria resist killing by nearly every type of antibiotic, even ones they have never been exposed to before.
What produces starvation-induced antibiotic resistance, and how can it be overcome? In a paper appearing this week in Science, researchers report some surprising answers.
"Bacteria become starved when they exhaust nutrient supplies in the body, or if they live clustered together in groups known as biofilms," said the lead author of the paper, Dr. Dao Nguyen, an assistant professor of medicine at McGill University.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

External capsule protects gum disease-causing bacteria from immune response

External capsule protects gum disease-causing bacteria from immune response

Stop signal discovered for skin cancer

Stop signal discovered for skin cancer

Probióticos protegem o intestino de lesões por radioterapia

Visite o site SCIENCE DAILY, clicando aqui.


Tomar probiótico pode ajudar pacientes com câncer a evitar lesões intestinais decorrentes de radioterapia.
Radioterapia é frequentemente utilizada em câncer de próstata, colo do útero, bexiga, endométrio e outros tipos de cânceres abdominais. No entanto, a radioterapia pode destruir células neoplásicas, bem como células saudáveis, causando diarreia, se a mucosa intestinal for danificada.
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Para muitos pacientes, isso significa que a radioterapia deve ser interrompida, ou a dose reduzida, enquanto o intestino cura. Os probióticos podem proteger a mucosa do intestino delgado.
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Bactérias probióticas (Lactobacillus rhamnosus GG – LGG), em um estudo, protegeu o revestimento do intestino delgado em camundongos que receberam radioterapia. O revestimento do intestino é um epitélio simples (uma camada de células)que separa o conteúdo do intestino do restante do corpo, e sua ruptura expõe o corpo às bactérias intestinais, favorecendo a sepse.
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Os probióticos foram eficazes apenas se administrados antes da exposição à radiação. Assim, se os animais receberam probiótico após danos ao revestimento intestinal, não favoreceu o reparo.
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Estudos anteriores, em seres humanos, utilizaram os probióticos após o desenvolvimento de diarreia, quando as células intestinais já haviam sido danificadas. Mas, o estudo agora sugere que deveria ser administrado o probiótico antes do início dos sintomas, ou até mesmo antes do início da radioterapia, porque a função do probiótico parece ser evitar os danos, ao invés de facilitar o reparo.
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Estudos anteriores demonstraram que a produção de prostaglandinas e ciclooxigenase-2 (COX-2) impedia a morte celular programada (apoptose) em resposta à radiação. Doses de Lactobacilos (LGG) administradas diretamente no estômago protegeram apenas camundongos capazes de produzir COX-2. Em animais incapazes de produzir COX-2, a radiação destruiu células epiteliais do intestino, tal como ocorreu em camundongos que não receberam o probiótico. No intestino grosso, células que produzem COX-2 migram para os locais da lesão e ajudam no reparo.  No intestino delgado, células expressando COX-2 podiam migrar da cripta, exercendo papel protetor.
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As doses administradas no experimento foram similar ao encontrado em iogurte ou probióticos disponív eis comercialmente. Assim, não deve haver risco associado maior do que a ingestão de iogurte.

Resistência a antibióticos em bactérias de águas de reservatório, em águas tratadas

Even the cleanest wastewater contributes to more 'super bacteria', study finds

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Halitose

Um artigo de revisão sobre halitose por Cassiano Rosing & Walter Loesche, 2011.


Florence e as irmãs de caridade

Um interessante artigo sobre os fundamentos históricos da enfermagem pode ser acessado aqui.
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Eu estudei no Patronato Santa Catarina Labouré, um colégio de freiras. E sempre comemorávamos o dia de Sta. Luisa de Marillac (15 de março).
Agora vejo que meu contato com a Enfermagem vem desde sempre. Porque minha mãe era visitadora sanitária e realizava os serviços de enfermagem na antiga fundação SESP.
Estudei em um colégio ligado historicamente com a enfermagem, e muitos de seus princípios. E desde 2003 sou professor de diversas disciplinas em cursos de Enfermagem.
Compreendo cada vez mais minha afinidade com esta profissão.
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É o artigo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem:

Padilha MICS, Mancia JR. Florence Nigthingale e as irmãs de caridade: revisitando a história. Rev Bras Enferm 2005 nov-dez; 58(6):723-6.

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"A caridade era o amor a Deus em ação, propiciando para aqueles que a praticavam o fortalecimento de caráter, a purificação da alma e um lugar garantido no céu. O cuidado dos enfermos, embora não fosse a única forma de caridade prestada, elevou-se a um plano superior, isto é, o que era um trabalho praticado apenas por escravos, se converteu em uma vocação sagrada e passou a ser integrado por homens e mulheres cristãos(ãs). Embora haja controvérsias sobre a elevação ou não da posição das mulheres pelo cristianismo, a opinião comum é de que o cristianismo propiciou às mulheres oportunidades para exercer um trabalho social honrado e ativo, particularmente para as mulheres solteiras e/ou viúvas, no cuidado aos pobres e aos doentes(2)."
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"O trabalho da Companhia era o de alimentar os pobres, cuidar dos doentes nos hospitais, ir aos domicílios daqueles que necessitassem e realizar o trabalho paroquial. Foi uma das primeiras associações a realizar cuidados de enfermagem no domicílio, inaugurando um serviço importante de assistência social. Também reorganizaram os hospitais, implantando a higiene no ambiente, individualizando os leitos dos enfermos e dirigindo todo o cuidado desenvolvido no hospital."
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O plano de conduta das Irmãs de Caridade prescrevia sempre o serviço espiritual aliado aos cuidados corporais de enfermagem, devendo ambos ser realizados com muita "humildade". Todas as candidatas a irmãs de caridade deveriam aprender as três virtudes formadoras da alma das irmãs: a humildade, a simplicidade e a caridade(3).
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"Assim, o trabalho considerado braçal, mas que se constituía no cuidado de enfermagem, era realizado pelas irmãs de caridade e supervisionado pelas Senhoras da Confraria. Desta forma, os rituais do cuidado iam se construindo como um corpo de conhecimentos, sendo executados por pessoas específicas e ordenados por outras."
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"Os rituais de cuidado iam se construindo numa base voltada para a prática do cuidar vivenciada pelas irmãs no cotidiano dos hospitais e dos domicílios, orientadas inicialmente por Luisa de Marillac e Vicente de Paulo, através de cartas, regulamento e transmissão verbal umas às outras, dando origem ao que seria, posteriormente, denominado de técnicas de enfermagem, organizadas numa base científica de cuidar, preconizada por Florence Nightingale."
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"Florence Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem moderna em todo o mundo, obtendo projeção maior a partir de sua participação como voluntária na Guerra da Criméia(11), em 1854, quando com 38 mulheres (irmãs anglicanas e católicas) organizou um hospital de 4000 soldados internos, baixando a mortalidade local de 40% para 2%. Com o prêmio recebido do governo inglês por este trabalho, fundou a primeira escola de enfermagem no Hospital St. Thomas - Londres, em 24/06/1860."
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"Um fato que é pouco reforçado pelos historiadores é o de que Florence Nightingale conheceu e apreendeu o trabalho desenvolvido pelas Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo em Paris, no Hôtel-dieu, onde acompanhou o tipo de trabalho assistencial e administrativo que realizavam, suas regras, sua forma de cuidar dos doentes, fazendo anotações, gráficos e listas das atividades desenvolvidas, e aplicou o mesmo questionário, que já havia distribuído nos hospitais da Alemanha e Inglaterra, tendo aprofundado seus estudos; a sua organização(14).
Num segundo momento, Florence Nightingale retornou a este hospital por mais um mês, vestindo com o hábito das irmãs, para sentir mais próximo o seu carisma, apenas residindo em casa separada. Possivelmente, o convívio com as regras de conduta das Irmãs de Caridade e as Senhoras da Confraria a influenciaram intimamente na construção do seu modelo de enfermagem."
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" Florence Nightingale deu voz ao silêncio daqueles que realizavam o cuidado de enfermagem e que, provavelmente, não tinham noção da importância daqueles rituais que indicavam uma prática de enfermagem já organizada, tanto no cotidiano das ações de enfermagem como na distribuição do trabalho por classes sociais(2)."
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Plaquetas - facilitam a metástase de células neoplásicas

Uncovering a key player in metastasis