Tomar probiótico pode ajudar
pacientes com câncer a evitar lesões intestinais decorrentes de radioterapia.
Radioterapia é frequentemente
utilizada em câncer de próstata, colo do útero, bexiga, endométrio e outros
tipos de cânceres abdominais. No entanto, a radioterapia pode destruir células
neoplásicas, bem como células saudáveis, causando diarreia, se a mucosa
intestinal for danificada.
.
Para muitos pacientes, isso
significa que a radioterapia deve ser interrompida, ou a dose reduzida,
enquanto o intestino cura. Os probióticos podem proteger a mucosa do intestino
delgado.
.
Bactérias probióticas (Lactobacillus rhamnosus GG – LGG), em um
estudo, protegeu o revestimento do intestino delgado em camundongos que
receberam radioterapia. O revestimento do intestino é um epitélio simples (uma
camada de células)que separa o conteúdo do intestino do restante do corpo, e
sua ruptura expõe o corpo às bactérias intestinais, favorecendo a sepse.
.
Os probióticos foram eficazes
apenas se administrados antes da exposição à radiação. Assim, se os animais
receberam probiótico após danos ao revestimento intestinal, não favoreceu o
reparo.
.
Estudos anteriores, em seres
humanos, utilizaram os probióticos após o desenvolvimento de diarreia, quando
as células intestinais já haviam sido danificadas. Mas, o estudo agora sugere
que deveria ser administrado o probiótico antes do início dos sintomas, ou até
mesmo antes do início da radioterapia, porque a função do probiótico parece ser
evitar os danos, ao invés de facilitar o reparo.
.
Estudos anteriores demonstraram
que a produção de prostaglandinas e ciclooxigenase-2 (COX-2) impedia a morte
celular programada (apoptose) em resposta à radiação. Doses de Lactobacilos
(LGG) administradas diretamente no estômago protegeram apenas camundongos
capazes de produzir COX-2. Em animais incapazes de produzir COX-2, a radiação
destruiu células epiteliais do intestino, tal como ocorreu em camundongos que
não receberam o probiótico. No intestino grosso, células que produzem COX-2
migram para os locais da lesão e ajudam no reparo. No intestino delgado, células expressando COX-2
podiam migrar da cripta, exercendo papel protetor.
.
As doses administradas no
experimento foram similar ao encontrado em iogurte ou probióticos disponív eis
comercialmente. Assim, não deve haver risco associado maior do que a ingestão
de iogurte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário